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Como reconhecer a Depressão Infantil?





Olá! Tudo bem? Esse blog faz parte da Chakalat.net e esse post fala sobre Como reconhecer a Depressão Infantil?.




Em primeiro lugar, necessário reconhecer que a depressão é um problema global de grande escala. Ao redor do mundo mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofrem de depressão em maior ou menor grau. Aqui no Brasil, a crise é potencialmente ainda mais séria – nós somos o país com os mais altos índices de depressão da América Latina.

Segundo dados recentes, de 1 a 2,5% da população infantil em idade escolar apresenta sintomas relacionados ou diagnóstico de depressão infantil, o que acomete meninos e meninas, sem muita diferença (Costello EJ, Egger H & Angold A., 2005; Goldman S, 2012). Também, segundo estes dados, a taxa de depressão tende a aumentar a partir da entrada na adolescência.

A expressão da depressão infantil se dá majoritariamente por comportamentos ditos "internalizantes", o que quer dizer que a criança agirá de maneira mais retraída e introvertida, o que dificulta o reconhecimento de que há um problema. Se pusermos em comparação com crianças com comportamentos "externalizantes", como as condutas agressivas, estas terão seu sofrimento muito mais facilmente reconhecido.

Para muitas pessoas, a depressão pode ser sinônimo de tristeza ou da externalização de uma infelicidade. É importante afirmar que somente esses fatores não podem caracterizar um quadro depressivo. É necessário que mais dimensões da vida da criança sejam afetadas e que haja um prejuízo no seu funcionamento biológico, afetivo, de aprendizagem e social.

Para que possamos falar de uma depressão, é importante prestar atenção na presença, frequência e duração dos seguintes sintomas:

Visão negativa de si mesmo, dos outros e do mundo, desesperança, autocrítica elevada, pessimismo, dificuldade de concentração, pensamentos sobre morte, isolamento social, falta de interesse e prazer em atividades rotineiras e comuns da faixa etária, dependência da presença física dos pais, apatia, tristeza, irritabilidade, atitudes desafiadoras, sentimento de culpa, agressividade, raiva, ansiedade, alterações no sono, no apetite e na disposição física, queixas de dores abdominais e cefaleia (Greenberger & Padessky, 1999; Beck, 1999).

Se esses sintomas forem reconhecidos no comportamento da criança com grande frequência, em comparação com crianças saudáveis da mesma faixa etária, e com duração de mais de dois meses, é importante buscar ajuda profissional.

A depressão infantil não é igual à depressão adulta, já que o funcionamento psíquico das crianças é singular a essa faixa do ciclo da vida. Também é mais incomum que as crianças não saibam externalizar esse sofrimento da mesma forma que se espera de uma pessoa adulta. As crianças se expressam principalmente através do brincar. Dessa forma, assim que alguns sinais repetitivos e duradouros de comportamentos deprimidos forem notados, é importante prestar atenção no brincar da criança. É por meio deste e da interação com os demais, que a criança pode expressar com maior intensidade se ela não está bem.

Uma criança pode apresentar os mesmo sintomas de depressão presentes em adultos, como tristeza constante, falta de esperança e prazer, cansaço, ansiedade, falta de concentração, delírio e memória, alterações no sono e apetite.

Contudo, os sinais podem não ser tão fáceis de identificar devido à multiplicidade de fatores que envolvem a infância e adolescência, como a personalidade em transformação. A dica, portanto, é reparar em situações como:

  • Falta ou excesso de apetite;
  • Agressividade e raiva;
  • Culpa;
  • Medo anormal;
  • Comportamento introspectivo que não era presente antes;
  • Isolamento e falta de contato com pais;
  • Pouca ou nenhuma vontade em querer brincar e sair;
  • Falta de ânimo para ir à escola e/ou realizar atividades que costumava gostar.

É importante que a gente leve em consideração que a depressão infantil pode ter fases que se intercalam com um aparente bem estar. Dessa forma, é sempre positivo, mesmo quando a criança não tenha problemas graves, a participação dos familiares nas brincadeiras, na leitura de livros, e no ensinamento da nomeação dos sentimentos e emoções.

O contato próximo, positivo, sem julgamento e acolhedor dos responsáveis é um fator de grande importância para o desenvolvimento saudável e para o bem estar da criança. Dessa forma, a criança sentirá confiança em expressar o que sente, sem medo de reprimendas, e poderá aprender como comunicar que não está bem, e a desenvolver autoconhecimento sobre si mesma. E isso vale não só para a depressão!


Espero que você tenha gostado da nossa abordagem.

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